A nanotecnologia tem se despontado como solução para um problema histórico: a corrosão de concreto, o que coloca vidas em risco e potencializa prejuízos.
Em parceria com a NanoBrasil, a Universidade Federal do Ceará (UFC) tem feito testes com nanopartículas para aumentar a resistência das estruturas justamente no ambiente mais extremo do mundo.
A Praia do Futuro tem a maresia mais forte já documentada em todo o planeta, conforme pesquisa feita pela universidade a partir de 46 pontos de coleta distribuídos pela capital cearense.
Para efeito de comparação, a quantidade de íons de cloro presentes no ar – ou seja, as gotículas de água salgada levadas pelo vento – é mais do que o dobro da cidade que, até então, registrava a mais forte maresia do Brasil: São Francisco do Sul, em Santa Catarina.

Solução nanométrica
O histórico problema, enfim, parece ter uma solução à vista. Os resultados do estudo do Laboratório de Pesquisa em Corrosão (LPC), da UFC, em parceria com a NanoBrasil, são tão promissores que foram compartilhados no 25º Congresso Brasileiro de Engenharia Química (Cobeq), principal evento da área realizado no país.
“Os resultados estão iniciais, mas bem positivos, muito promissores – ou seja, a nanotecnologia aumenta a vida útil do concreto. Em cerca de 10 semanas, teremos os resultados finais. O objetivo é escalonar para atender a indústria”, afirma o coordenador do LPC, Walney Araújo.

A pesquisa está sendo liderada por Letícia Vasconcelos, sob orientação de Araújo, na dissertação de mestrado.
“A literatura afirma que é possível fazer essa adição de nanopartícula no cimento em até 3%. Esses testes, já promissores, estão sendo realizados com 1% – então, temos uma margem grande mesmo com esse 1% já tendo indicação positiva”, ressalta Lucio Coelho, CEO da NanoBrasil.

