Uma tecnologia que reduz o uso da matéria-prima e, além de reduzir, potencializa a exploração dos minerais do planeta. É muito mais do que uma tecnologia do futuro, mas a tecnologia que garante o nosso futuro.
Essa é a nanotecnologia – e, com essa compreensão, nasceu a Nano Brasil, o Hub da Nanotecnologia na América Latina, com um único objetivo: colocar o país no mercado dessa ciência.
A inspiração surgiu de Lucio Coelho, com vasta experiência profissional: formado em administração pela UFMG, MBA em contabilidade empresarial e um segundo MBA em Hotelaria e Marcas de Luxo em Paris, acumula experiências nos setores financeiro, automotivo e produtivo.
“Minha primeira ação como empreendedor foi em uma indústria de alimentos saudáveis, após trabalhar na reestruturação de algumas empresas. Foi logo depois que eu tive o primeiro contato com o nano cobre e com a nanotecnologia”, recorda o CEO da Nano Brasil.
Imersão no mundo nanométrico
Após ser apresentado à nanotecnologia, Lucio entendeu que o Brasil precisaria entrar na rota dessa ciência disruptiva e decidiu estudá-la a fundo.
“Não fazia sentido a gente trazer essa tecnologia para o Brasil só para vender. Tínhamos que entender, abraçar como a nova profissão, com o objetivo de desenvolver o negócio no país”, explica Lucio Coelho.
E assim começaram os primeiros passos da Nano Brasil: o executivo tornou-se representante da Nanotec, uma empresa chilena referência em nanotecnologia no mundo.
Mas o objetivo não era apenas vender, mas principalmente levar a nanotecnologia ao Brasil.
“Ninguém conhecia o produto no Brasil, ninguém sabia lidar com o produto porque era tudo muito novo”, relembra o CEO e co-fundador da Nano Brasil.
“Com o tempo, primeiro com o apoio do Chile, montamos uma estrutura aqui no Brasil para aprender e, depois, ensinar aos clientes como lidar com a nanotecnologia e como aplicá-la aos produtos deles”, complementa.
A nanotecnologia no seu dia a dia
Você certamente já ouviu falar de nanotecnologia. Mas compreende a ciência? E mais: identifica o impacto dessa tecnologia no seu dia a dia?
É exatamente essa a preocupação da Nano Brasil.
“A gente sempre ouvia todo mundo falar sobre nano, mas nunca víamos algo efetivamente aplicado. E percebemos que não existia no Brasil uma empresa que levasse ao mercado daqui algo que já estivesse pronto”, diz Coelho.
“Nosso objetivo não é criar uma nova nanopartícula, mas fazer com que as que já estavam criadas se tornassem utilizáveis”, esclarece.
Equipe de ponta
A Nano Brasil conta em sua equipe com doutorandos em farmácia e química, todos com formação em nanotecnologia. Se a empresa não cria nanopartícula, qual a função desses profissionais?
“Nosso objetivo é entender como eu transformo esse conhecimento já produzido em algo que seja efetivamente escalável para nível industrial e que seja comercial, que tenha uso efetivo”, explica o CEO.
Por isso, o conceito de nanotecnologia aplicada.
“Desenvolvemos soluções para aplicar as nanopartículas nos produtos dos clientes”.
Exemplos?
“Existe um problema mundial em relação à quantidade de fertilizantes e defensivos que são usados nas plantações: é usada uma quantidade muito grande para garantir que a planta vai absorver. Resultado: sobra muito excedente que pode contaminar o solo, o lençol freático”.
Com a nanopartícula, é possível trabalhar com um volume centena de vezes menor e ter um resultado superior. Em uma cultura, testada por um cliente da Nano Brasil, foi usada uma quantidade 10 vezes menor e a potência atingida foi 70 vezes superior.
Lembra do início desta reportagem?
“Estamos falando de redução do uso de matéria-prima, redução da exploração dos minerais na terra, redução de volumes de estoque, de movimentação e transporte, emissão de carbono, poluição”, inicia Lucio Coelho.
“É sair da exploração pura e simples dos minérios que nós temos à nossa disposição e potencializar o uso deles, trabalhando no mundo nanométrico. É uma das novas soluções para ajudar as empresas a atingir os objetivos em ESG”, finaliza o fundador da Nano Brasil, o hub que busca garantir um futuro para o Brasil.